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  1. Jogos Vorazes: Voraz protesto

    terça-feira, 26 de junho de 2012

    "_ Quem se importa? Isso aqui é um grande espetáculo. O que importa é como você é percebida." Haymitch

    A história de Jogos Vorazes, de Suzanne Collins se passa alguns anos depois de uma guerra que deixou a América do Norte devastada e gerou Panem, um país que inicialmente tinha 13 distritos, até que um deles se rebela contra a Capital (que é a Capital de Panem, criativo, não?) e é completamente massacrado por ela. Para lembrar o massacre para todos os distritos a Capital decide como castigos implantar os Jogos Vorazes, onde cada distrito deve sacrificar uma garota e um garoto que deve ir para arena lutar, até que só sobre um deles. Katniss Everdeen é do distrito 12 e narra sua história na arena dos Jogos Vorazes.
    Suzanne Collins soube muito bem misturar ação, aventura e romance, agrandando assim os mais diversos tipos de leitores (e telespectadores, muito embora, houve uma publicidade quase que excessiva do filme, mostrando a parte da ação), porém, a melhor parte da obra não é nenhuma dessas áreas e sim a crítica.
    Fica muito explícito na leitura o contraste que existe entre a Capital e os outros Distritos, especialmente o Distrito 12, o que fica claro nos pensamentos de Gale e da Katniss, que são os personagens com os olhares críticos. Não sei se todos os leitores que idolatram o livro perceberam a diferença descomunal entre a monotonia, a falta de cores, a falta de luz, a falta de alimento no Distrito 12, e a agitação, a felicidade, o excesso de tecnologias, o excesso de informação e de alguma forma, até mesmo de superficialidade que a Capital exala. E não é somente a diferença entre os Distritos e a Capital. Durante praticamente toda a leitura, é possível notar um tom de crítica a nossa atual situação de desigualdade social mundial e a falta de ação da comunidade a respeito.
    O romance do livro não é também algo comum. O clima de paixão rola entre Katniss e Peeta Mellark, também tributo do Distrito 12, porém como Katniss pode esquecer daquele que ela abandonou em seu distrito...? E além do mais, como se apaixonar por alguém que deveria ser seu inimigo? O romance é narrado com muito desentendimento entre o casal, muitos sentimentos além do amor que estão envolvidos, o que nos leva a dúvida sobre qual o limite do sentimento e do show.
    Jogos Vorazes é a antítese da aventura e do romance, da superficialidade e do sentimento, da sobrevivência e da morte, da família e de sua individualidade. Suzanne Collins publicou um livro que é necessário ler bem além das palavras para entendimento completo.

    Observação: Se você realmente não acreditou na critica subentendida do livro, procure a origem da palavra "Panem". Essa palavra provém da expressão "pão e circo" de Julio César de Roma, que foi uma política de venda de comida a baixos custos e investimento no entretenimento, para que a sociedade esquecesse dos problemas que passa. Familiar?

    Nome: Jogos Vorazes
    Autora: Suzanne Collins
    Editora: Rocco


  2. 3 comentários:

    1. Anônimo disse...

      Olá, Ju!
      Vim aqui por meio do seu convite no Skoob. Parabéns pelo blog. :D
      Eu sou suspeita para falar de Jogos Vorazes. Esta foi, de longe, a melhor trilogia que li ano passado. Mergulhei de cabeça na história. Fiquei tão compulsiva pela história que, assim que terminava um volume, já ia correndo na livraria comprar o próximo. Suzanne Collins tem um jeito muito envolvente de escrever e termina os capítulos de uma forma cruel, sempre deixando aquele gostinho de "quero mais".
      Avalio o romance presente no livro como algo completamente secundário, de forma que agrade tanto as meninas, quanto os meninos. Eu, particularmente, prefiro livros assim à narrativas muito sentimentais que façam-nos esquecer até mesmo da história. Adoro o Peeta, devo dizer. Ele é um amor. rs
      A crítica feita pela autora consegue atingir a todos e, sinceramente, fico muito feliz que este livro tenha virado moda, porque, em meio a tantos outros que nada tem a dizer, esse traz algo de útil - esqueçamos, aqui, outras distopias mais pesadas e mais críticas. Enfim, gostei muito da trilogia e o meu livro favorito é o segundo, justamente por causa do Massacre Quartenário, que, a meu ver, foi um grande trunfo da autora.
      Deixa eu parar de falar, senão escrevo um texto maior do que a resenha, rs.
      Obrigada pelo convite, está tudo ótimo por aqui. ;)

      Beijo,
      Tatiana (http://acervoblog.wordpress.com)

    2. Laura Minichelli disse...

      Concordo com a Tatiana :) amo JV de PAIXÃO s2

    3. flordecacto disse...

      Olá Ju!

      Vim retribuir a visita e me impressionei com sua forma de analisar e descrever muito bem escrita em sua resenha.
      Também sou gamadinha em THG, não pelo romance, mas sim pela crítica que mesmo forte como é, consegue ser leve sem ofender ou deixar alguém (governo) ofendido. Suzanne Collins é uma ótima escritora, sonho em ter um talento como o dela! rs

      Abraços,
      Idelmária Ferreira
      www.idelmaria.com

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